Sou professor da rede pública de
ensino de São Paulo (nenhuma grandiosidade por conta disso). Sempre escuto
pelos corredores das escolas, ou nas reuniões pedagógicas (os chamados ATPC -
verdade, não sei o significado dessa sigla. Olha como presto atenção nessas
reuniões), ou na boa mesa de bar, milhares de reclamações sobre o atual sistema
educacional.
Que ele
está falido. Ou que é muito conteudista. Que a figura do professor não tem mais
autoridade. E tem aquela constatação que o estado não valoriza nem os
profissionais, nem os/as estudantes. E a velha ladainha de que a Escola não é
atrativa.
Entre
reclamações, choros, angústias e lamentações algo é comum: o sistema de ensino
e/ou a escola já não mais se encaixam na sociedade em que vivemos.
Gostaria
de dar alguns pitacos:
I - Sim, a escola tal como está é falida! Não serve!
II - É necessária melhor compreensão do que de fato
representa o ensino hoje. E quem são as pessoas, isso mesmo PESSOAS, não
clientelas, nem marginais, piranhas, delinquentes, futuro bandido, é necessário
saber quem são os seres humanos envolvidos em todo esse processo. Como posso me
relacionar com alguém que não conheço?
III - Faz-se urgir propostas mudanças de relações entre as
pessoas que sejam cotidianas. Não apenas papel e projetos. Mas, vivências
pedago-socioculturais!
IV - Por fim, os espaços de saberes são mais amplos que
quatro paredes de uma sala de aula. A sabedoria popular tem que vir a tona com
seus próprios caminhos e didáticas.
Esse é o post introdutório de diversos debates que gostaria
de lançar para a discussão de educação. Para os/as que ficaram indignados/as
com as questões levantadas e não respondidas ou, decentemente, argumentadas,
não se preocupe. Nos próximos post's tentarei devanear sobre tais assuntos.
Devemos mais do que nunca debater tal assunto. Diariamente milhares de crianças e adolescentes, homens e mulheres, passam por tal ambiente que influenciam diretamente suas existências. Coloquemos nossas opiniões a mostra, ousemos mostrar nossas sabores e dissabores, mas nunca deixemos de sonhar com outra forma de vivenciar nossas aprendizagens.
Concordo em gênero, classe e número.
ResponderExcluirVamos continuar os devaneios, e em breve gostaria de lhe encontrar num bar para anotarmos algumas coisas.
Valeu!
Vamos sim Rodolfo. Vamos produzir novos devaneios coletivos.
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